Breve Introdução ao Mundo dos Investimentos: Por Onde Começar?
6/29/20257 min read
Olá empreendedores,
Para muitas pessoas, o mundo dos investimentos pode parecer muito complicado inicialmente, isto porque exige algum conhecimento técnico cujo qual, muito provavelmente, nunca ninguém te ensinou. Contudo, ao saberes investir nos ativos certos e adaptados ao teu perfil de risco é uma das formas mais eficazes de fazeres o dinheiro trabalhar a teu favor e construíres riqueza ao longo do tempo. Neste artigo vamos descomplicar e iniciar este tema a fim de ajudar-te a dar os primeiros passos com segurança e confiança.
O que são investimentos?
Investir significa aplicar o teu dinheiro em ativos financeiros com o objetivo de obteres retorno no futuro, o que é totalmente diferente da simples poupança onde apenas acumulas dinheiro sem haver um crescimento do mesmo para colmatar a inflação. É através da valorização de ativos, ou do recebimento de dividendos, que o teu capital cresce ao longo do tempo, o que te permite aumentar o património.
Existem diversos tipos de investimentos, cada um deles com os seus riscos e potenciais de retorno. Alguns, como o clássico depósito a prazo, oferecem-te maior segurança, isto porque nunca vais perder dinheiro neste tipo de investimento (até porque o risco é zero), mas ao mesmo tempo os rendimentos são previsíveis e baixos. De maneira oposta, as ações ou fundos de investimento irão proporcionar-te ganhos maiores mas com maior risco de perda.
A escolha do investimento ideal depende inteiramente do teu perfil de risco, do prazo em que pretendes obter retorno e dos teus objetivos financeiros.
Além disso, um dos conceitos fundamentais no mundo dos investimentos é o "efeito dos juros compostos". Ao reinvestires o que ganhaste com os teus investimentos, o montante investido aumenta, o que permite que os teus ganhos se multipliquem ao longo do tempo. Quanto mais cedo começares a investir, maior será o impacto dos juros compostos no crescimento do teu património.
Se guardares 1.000€ numa conta bancária sem juros, daqui a um ano continuarás com os mesmos 1.000€. Mas se investires esse valor num ativo com rendimento de, por exemplo, 5% ao ano, ao fim de um ano terás 1.050€. Se deixares esse mesmo dinheiro investido e o rendimento continuar a 5% ao ano, no segundo ano o teu capital crescerá para 1.102,50€, pois os juros serão calculados sobre o novo montante acumulado. Este efeito torna-se ainda mais poderoso a longo prazo.
Por que investir é importante?
Guardares o teu dinheiro "debaixo do colchão" ou numa conta à ordem parado pode parecer seguro, mas tem uma grande desvantagem: a inflação. A inflação, como vimos e sentimos (na carteira) nos nos últimos 10 anos, reduziu o poder de compra ao longo do tempo, isto significa que 1.000€ hoje vão valer menos daqui a 10 anos. Investir ajuda-te a protegeres e a aumentares o teu património, o que permite-te fazer com que o teu dinheiro trabalhe para ti e não o contrário.
Se a taxa de inflação for de 3% ao ano, um produto que custa 100€ hoje passará a custar 103€ no próximo ano. Se o teu dinheiro não estiver a crescer a um ritmo superior à inflação, estará a perder valor real.
Tipos de Investimentos
Depósitos a Prazo: conta com rendimentos fixos e baixo risco, este é o clássico investimento que a maioria dos portugueses faz para não ter o dinheiro parado a 100%.
Obrigações: trata-se de um investimento onde tu emprestas dinheiro a empresas, ou ao estado, e em troca recebes destas entidades juros periódicos como forma de remuneração.
Ações: são compras de participação em empresas com potencial de valorização. Ao comprá-las tornas-te acionista e podes ganhar dinheiro de duas formas: ou vendes quando estas valorizarem (compras a um preço e vendes mais caro, gerando assim lucro), ou através de dividendos que são parcelas do lucro da empresa que são distribuídas pelos acionistas.
Fundos de Investimento: são carteiras geridas por profissionais que investem em vários ativos, como ações, obrigações e outros instrumentos, o que diversifica o risco
ETFs (Exchange Traded Funds): são fundos negociados em bolsa, assim como as ações, que representam uma carteira diversificada de ativos, como ações, obrigações ou até índices, permitindo-te investir em vários mercados de forma prática e com custos mais baixos. Ao investires num ETF, estás a comprar uma pequena parte de todos os ativos que compõem esse fundo.
Apesar dos ETFs serem muito parecidos com os fundos de investimento há diferenças entre estes dois instrumentos:
Em um fundo de investimento tradicional pode investir em empresas tecnológicas, mas tu só sabes o valor ao final do dia, e compras através de um banco ou gestora.
Um ETF que replica, por exemplo, o índice Nasdaq 100 faz o mesmo, mas tu compras logo de manhã na bolsa, e podes vendê-lo ao minuto seguinte, como farias com uma ação.
Existem diversos tipos de investimento, cada um com características, riscos e potenciais de retorno diferentes. Entre os mais conhecidos e utilizados estão:
Conhece o teu Perfil de Investidor
Conheceres o teu perfil de investidor é essencial para definires onde deves aplicar o teu dinheiro sem comprometer a tua tranquilidade financeira. Este perfil determina a tua tolerância ao risco, ou seja, até que ponto te sentes confortável com oscilações no valor dos teus investimentos. Os três perfis de investidor mais comuns são:
Conservador: prioriza a segurança e tenta evitar perdas, preferindo assim investimentos de baixo risco como depósitos a prazo, certificados de aforro ou obrigações. O objetivo principal é o de preservar o capital mesmo os retornos sendo menores.
Moderado: está disposto a assumir algum risco para obter melhores rendimentos, mas ainda assim valoriza a estabilidade, podendo investir numa combinação de ativos, como fundos mistos, obrigações e algumas ações, para equilibrar segurança e crescimento.
Agressivo: foca-se exclusivamente no crescimento do património e aceita volatilidade no curto prazo para conseguir retornos mais elevados no futuro. Investe em ações, fundos, e até criptomoedas, mesmo sabendo que pode haver períodos de desvalorização.
Lembra-te, antes de começares, deves definir o teu perfil de investidor para que não escolhas investimentos inadequados ao teu nível de tolerância ao risco. O ideal é fazeres uma autoavaliação honesta, pensar no teu horizonte temporal (quanto tempo podes deixar o dinheiro investido) e no teu nível de conhecimento sobre os mercados. Assim, podes construir uma carteira de investimentos alinhada com os teus objetivos e com o teu nível de conforto perante os riscos.
O Conceito de Risco e Retorno?
Entende que investir irá sempre (ou quase sempre) envolver risco, ou seja, a possibilidade de perderes dinheiro. No entanto, normalmente e proporcionalmente, quanto maior for o risco maior é o potencial de retorno.
Baixo risco: Depósitos a prazo, obrigações de governos.
Médio risco: Fundos de investimento diversificados.
Alto risco: Ações individuais, criptomoedas, forex.
Se investires 1.000€ num fundo conservador, podes esperar ganhos de 2-5% ao ano, no máximo. Mas, se investires o mesmo valor em ações, podes ter retornos de 10% ou mais, contudo também corres o risco de perder parte do teu capital.
Quanto Dinheiro É Necessário para Começar?
Atualmente, investir já não é só para quem tem muito dinheiro, todavia este mito continua a afastar muitas pessoas das verdadeiras oportunidades financeiras. Apesar de sabermos que, claro, quanto mais dinheiro tens investido mais retorno terás, isso não deve ser um fator impeditivo para que, mesmo com pouco, deixes de investir. Hoje em dia, com apenas 50€ ou 100€ já consegues dar os primeiros passos no mundo dos investimentos!
Se estás a começar, existem algumas estratégias que podes utilizar, entre elas:
Define um valor fixo para investires todos os meses, por mais pequeno que seja.
Começa por produtos de baixíssimo risco, e à medida que fores ganhando confiança e conhecimento começa a diversificar e a assumir riscos maiores.
Utiliza plataformas intuitivas como corretoras ou apps de investimento.
Os 6 Primeiros Passos para começares a Investir
Se chegaste até aqui é porque estás realmente empenhado em perceber como colocares o teu dinheiro a trabalhar para ti e não o contrário. Muito bem, para dares os primeiros passos no mundo dos investimentos, segue este guia para começares de forma segura e estruturada:
Define os teus objetivos financeiros
Antes de investires, é fundamental saberes qual é o teu objetivo: Queres poupar para a reforma? Comprar uma casa? Criar uma fonte de rendimento passivo? Teres metas claras ajuda-te a escolher os produtos financeiros mais adequados, isto porque cada investimento tem um horizonte temporal e um nível de risco diferente.Avalia o teu perfil de risco
Como vimos anteriormente, as pessoas tem perfis diferentes e cada pessoa tem uma tolerância diferente ao risco. Se preferes estabilidade e segurança deves optar por investimentos conservadores, como depósitos a prazo ou obrigações. Se estás disposto a aceitar oscilações para obter ganhos maiores a longo prazo, podes explorar ações ou fundos de investimento mais dinâmicos.
Escolhe uma corretora segura e regulada
Para investires em produtos financeiros, precisas de uma plataforma ou corretora. Opta sempre por instituições reguladas por entidades como a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) ou outras autoridades financeiras reconhecidas. Compara taxas, serviços e produtos disponíveis antes de escolheres!
Aprende sobre os ativos antes de investir
Nunca, mas nunca mesmo, invistas em algo que não compreendes! Antes de colocares dinheiro num investimento, pesquisa sobre:
Como funciona esse ativo?
Quais os seus riscos?
Qual o seu potencial de retorno?
Aprende sobre ações, obrigações, fundos, ETFs e outros instrumentos financeiros para fazeres escolhas informadas.
Começa com um montante pequeno
Não é de todo necessário começares com grandes quantias, começa por investir um valor que não comprometa a tua estabilidade financeira, assim vais adquirindo experiência e confiança sem arriscar demasiado.
Diversifica os teus investimentos
A fim de reduzires os riscos, evita colocar todo o dinheiro num único ativo ou setor. Ao distribuíres os investimentos entre diferentes classes de ativos (ações, obrigações, imobiliário, etc.) ajuda-te a minimizar perdas caso um deles não corra bem. A diversificação é uma das regras fundamentais para uma estratégia de investimento equilibrada.
Conclusão
Investir pode parecer muito complicado e muito arriscado inicialmente, contudo é um processo que se torna mais fácil com o tempo e com o conhecimento adequado. No momento, se estás a começar, o mais importante é dares o primeiro passo, continuares a aprender e adaptares a tua estratégia ao longo do teu percurso. Agora que já tens as bases, estás pronto para começar a aumentar o teu património!